A prima era uma rapariga gorda, de gengivas fartas e rosadas que lhe transbordavam sempre que sorria. Sentava-se ao topo da mesa da cozinha, a contar-lhe as proezas que fazia com os rapazes da praceta, enquanto comia pêssegos enlatados cobertos com massa de suspiro que a avó lhe deixava no frigorífico. Chamava-os pelo nome próprio, num tom de escárnio que lhe fazia tremer o canto da boca. E ficava ali, de perna traçada a encher o corpo com os pêssegos enquanto os olhos se esvaziavam de tudo…